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quarta-feira, 17 de maio de 2017

de rep ente #2

Olha tio o rio flui a luz que a lua coa
É um cio natural num fio sem final
Um corte um bote um lote loco de trote

Tio ce tinha q ver

só frô


Aflição profunda, deslocamento, inadequação. A imagem do modelo, a estrutura do paradigma, qualquer seja. A fricção entre a percepção de objeto e a projeção subjetiva, o não reconhecimento, a inabilidade, a inércia de realizar e o vazio dos reais

de rep ente

(Quando eu falo minha língua desce pelo ralo eu abalo a estrutura e aturo  som enquanto me calo e lixo meu calo da mão no lixo da palavra abre o lixo do que eu digo o que eu persigo onde tenho abrigo e consigo)

é engraçado pa caralho ter nascido pro trabalho 

Poder

Posso observar o desfecho de uma frase entre lábios se dilatar e comprimir, posso ver sua intenção se esfacelando e recompondo como sedimentos dos seus dias, como se acumulam sobre a mesa das suas escolhas, posso ver se brilha a luz do seu gesto, da sua mente posso traçar a silhueta num esboço mental, posso penetrar sua angústia, num único traço descrever seu movimento pendular, senti-la em sua sensibilidade, onde é maleável, onde é rígida, onde é porosa,


Posso chorar se me permito, no tamanho sentimento que me escapa pelos dedos e pelos olhos, sinto onde me suponho doce, sinto onde suponho e sei da ignorância, posso sentir o ato, violando o espaço e o tempo, 

Posso ouvir cantar

tr ist e

Saudades sinto como vales hormonais, picos inversos; sem toque-contato, sem variação, estáveis sulcos no espaço mental.

São enseadas de praias rochosas, onde as crianças escorregam e quebram seus dedos presos nas fendas.


São saliva dos cachorros, como lágrimas em slow motion