Há um innuendo vocal próprio a desgraça
Do desencontro a franzir no sobrelábio
Ao esfarelamento da língua inábil
E que a toda expressão limiar devassa
E há qualquer intenção de quase um sintoma
Quando a palavra cessa ao fim da sentença
Que é uma nota cava a anunciar doença
E a sugestão negra do nosso idioma
Numa cega punção de evitar ver
Os olhos de a quem se empresta evidência
Toda um velho drama de reparação
A revelação vazia de saber
Por quê é claro não pedir-se licença
Pra partir em pedaços um coração
Todo
segunda-feira, 30 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
hermenêutica de quando o real é deserto
o real não é um objeto, um atributo do qual
as coisas tomam posse; o real é um sujeito
no percurso do herói, eu acredito que
sou real, mas é o real que toma posse de mim
quando lhe apraz; a minha existência é vazada
e o real me penetra, como penetra um deserto
a desolação não é da natureza do real, mas o real
se traveste em desolação. o real usa a desolação
como um vestido; é do vestido ser inerte.
há uma autonomia anônima do real
nesse deserto
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