Todo

Todo
dia

sábado, 19 de dezembro de 2009

insone

Transido no plectro da juventude,

Me assomei de ócio como num assédio -

E possuído de avesso amiúde

Deitado eu simbolizo o nosso tédio...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sabe...

fiz-me crer na razão por desamor a analogia
embora meu descabimento seja analógico
e, em certa medida, espiritual

(sabia que o batom simula tumidez
como o beijo simula a intimidade
e a timidez simula a solidão?

[te amo
mas espero que você não leve isso pro lado pessoal

{quãoinclinadavocêsesenteadeitar
comigo?

([{

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

te quero
e tudo mais é trivial na solução dos meus olhos
porque
- todo mistério é consensual

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

traponto

pra repisar aaaaaaaaaaaaaaa o verso linha

aaaaaaaaaa a incompletude d aaaaaaaaaaaaaaaa era por sua aaa vez de si e o

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa quem aaaaaaaaa em

a verso aaa pusesse claro a aaaa partida ou aaaaa perdesse a a a voz:

aaaaaaa ex aaaaaa- aaaaaa cisão

sábado, 10 de outubro de 2009

miséria pouca é bobagem

a boca exerce o fascínio de abrir
na meia frase a dizer te:
amo

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Gala e Propriedade

a sua língua
é
proposição
e conjuga:
omissamente sentada no córtex;

à
deriva
de ti
corola
e deriva
corolário
num cortejo de fisiologias
par a par
dos olhos alheios
aos olhos

a minha língua
é
proposital
e consorte:
sentidamente imóvel do ouvido;

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

cursiva

À moda amorosa do desconhecimento
me absolvo ressentir das tuas mãos
esbarrando
na elipse das minhas

domingo, 20 de setembro de 2009

auto-necrológio

Murrou-me aurora um anúncio de morte,
Tal como um tresmalho das impressões;
E vestindo a cama no terno esporte
Fui de slow-motion velar orações...

domingo, 13 de setembro de 2009

efeito dominó

Toda revolução se opera por dentro

como um chão que ceda cair

pra baixo do carpete


Todo anfitrião tem potencial pra hospedeiro

como a revolução se opera

por dentro de si


Todo beijo devassa um resto de conluio

como um anfitrião revolve-se

hospedeiro


Todo carpete chupa um embricamento de pó

como o hospedeiro beija à francesa.

Revolução

relatividade restrita

tenha-me por loquaz na base do desencontro

e chame nome o que sair-lhe à fenda dos dentes trincados


feitas introduções direi: - tens estado delicada

ao que arguirás : - tens estado só


e tendo referido-me previamente ao Corão

estou sorrindo porque


no meu entendimento estás na ponta do lápis

(um mais um em quatro dimensões)

domingo, 30 de agosto de 2009

Oooh Baby...

Sou piamente teu
sobrado
Deitada na sombra do alpendre
penduro-lhe um sol pra contraste
como o silêncio admite um piano de cauda
e a noite existe para além da ausência
De dia mergulhas à vontade
de mar enfeixas o cabelo
Ao teu parecer submisso
componho em ondas os teus anseios
imersos de mim:

verão

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

sobre ponteiros

estando a par da prescrição desdobrada da cronologia
pus-me sequencialmente crédulo em direções
por preguiça

(e compassado de andamentos particulares
fui seduzido pela engenhosidade insinuante das intuições
por natureza)

-

na desfolha dos referenciais inertes
a nova lógica pareceu-me demasiado sutil

e na ausência de apontamentos menos improváveis
tomei meu relógio pela elegância que lhe é peculiar
(ensaiada na metonímia) :

pra correr atrás do tempo
segui os minutos
espiralando

domingo, 16 de agosto de 2009

pra ser entendido

conto você
pra mim - em segredo
de noite, e enquanto a noite me cobre
e me conforta,

vou te guardar como a noite me guarda.

sábado, 15 de agosto de 2009

canção

se acaso me surpreendas partido
à revelia da imaginação
ou quando o vento soprando me inspire
faz do que é meu (por direito adquirido) 
- na semiose desse coração -

teu - e queima o resto na pira.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A filosofia da composição

fraseou pela afinação das causas
no improviso mental do diapasão,
e duma nota sugerida em pausas
um verso intimou-lhe a consolação.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

do alumbre queem virifoi-se um lasso viso donde?
florou! -
se azucra a spartiçuma diz clurpidente trasdosmontes!
mass eU ëvito pénsar neszas cõisas

sábado, 25 de julho de 2009

anistiada

Na circunstância das últimas
venho-te confirmar minha amnésia 


Em face da problematização aquiescente dos seus olhos
deixo-me o sono dos justos

ou

Na promoção das causas sem razão
uma lapela relativizada de vermelho
em sua homenagem

(mande um beijo pro meu recital vazio)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

sentei-me pra anunciar o colapso de todas as fronteiras e
tenho enganchada na cabeça a bênção da visão, que
me absorve em superfícies de uma consciência mediúnica -
profetizando as formas na antevisão que se manifestem.

no padrão denso de todas as coisas invisíveis, talvez
fisiologicamente desleixadas por dentro -
na correnteza mental desses ampéres brandos - há
ordem externa - que é um modelo pra desordem,
que esconde em si o turbilhonamento esfuziante da 
ordem interna

estou surpreso de sombra e contemplo
o descortino das fantasias virentes que a natureza expira
na sístole de todos os movimentos - abismados na voz
que se sabe existir antes que fale

dou um passo moral da insistência pra fora:

a beleza é um nome pra regra de 3

terça-feira, 7 de julho de 2009

tormenta

tempestades me excitam como se o céu me trovejasse por dentro 

e a meia-luz me confina intima


deixada a cor me arrepia caricia calada

e exagero um halo lampejado da boca, tanta

tremo sóbria de facilidade, 

porque as sugestões são as formas mais delicadas de controle


me descarrego estática por fora do êxtase -

rarefaço sentindo plena e a chuva me percute na borda da pele


minhas extremidades afundam em sobras de vida 

como o corpo ainda estranha um vazio dissimulado

dissipo a nudez para me despir de nada



e me deito fiel ao tato, quando todo dia claro me apavora.

psssssssiaoosjdoaijda´-psodkjq-w0djm dowjdsoidn isandasdwjidjaoisdmlqwkdmpsdqwokdpçsdqlwdaisdandjjfhgheurytieuydoaksmckdjflsdflkjalskdjasd

quinta-feira, 2 de julho de 2009

o encadeamento do título, que se pretende dedicar, como um poema de amor

I


talvez eu esteja sentimental -


mas um fractal te floriu de olhos nos olhos cerrados

e estranhando um beijo à força ele subiu à sua cabeça :


II


/*e com vcs*/ ladeando a gola delonga a nunca o pescoço

o pulo do gato! :


III


q chovam fios desse crânio até os joelhos,

enquadrada no ecrã místico da miopia

serás a juventude remota da imaginação

e a fina flor da expectativa


cartografada no romance das constelações - um calendário

que és, qual o dipolo do conceito contradiz



IV


o amanhã não chega ou não é suficiente 

quarta-feira, 24 de junho de 2009

duna

tenho pasmado areia pelos olhos de manhã

deitado como um lagarto encimo a penumbra (
esquartelada na consciência de que se deita sobre si) e
de mais a mais disponho a face escura do relevo no
conforto da desaparição.

travesso me tolero a nuca num vale raso e
forçosamente movediço na seqüência eventual das coisas
precipito a imaginação constrita a um só sentido oeste

ainda que vistosa a paisagem nunca transfigura

e a duna escama em sopros de vigília
e a duna escama em sopros de vigília
e a duna escama em sopros de vigília
e a duna escama em sopros de vigília
(...)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Aroma da Amora, ou ainda, Por Que Chocar

a multitude trasladada de cabelos tomba na fronte do mundo sorrindo
- surreal

a linguagem desfigura a língua na turvação do inconsentido
- inconsciente

a realidade frágil do desencanto quase te traveste
- atravessada

Deus! que melancolia no parnaso! -

Como a natureza se espirala na arquitetura dos astros é possível que a conservação vernacular das neuroses me propague o desmando das partes mínimas de mim, ainda que foda-se.

Ó! a tropelia dos trópicos aliterados na revelação lábio a lábio da mente comum -
e
a ourivesaria manifesta do sentido:

Um sonhador bobado de perfume cambaleia pralém da faixa de pedestres como um barqueiro oscila a harmonia dos movimentos amortecidos, de cá pro fim do rio me desembaraço da correnteza no fluxo de uma circulação.

Ah! A modorra minguante dos meus dias

porque sim.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pelo correio


http://www.youtube.com/watch?v=VdTqDvVJbjI&feature=channel_page








domingo, 17 de maio de 2009

Retrato em Jazz - pro Bill


Não é óbvio?

e portanto confiro-me a energia pra Estar direito
trançado das minhas Mãos até De ponta-cabeça
ora me juro eu Como seria factível
Jaz mim

vou-te em Tempo sombreado e
danço Ritmicamente incompleto encimando o tema
eu teimo em ser o que não és música
Segundamente

verto o que Está pra tornar-se-te
Por si só
ainda que o andamento Ironize meu cinismo
dou-me o Crédito por mim
Creia

-te assolada de pasmar minha cisma

vou Solar

Não é óbvio?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Paráfrase

Qual é a força moral do gesto?- Diga-me; se
a hipocrisia de estar parado é transcendência -
Hoje, que meus cabelos longos desvanescem.

Qual é a ensejo pra língua?
E o desperdício de se ter um propósito;
Ontem, que foi o sonho dos poentes.

Amanhã - se o tempo passar onde
estarás mesmo? Porque eu gostaria de
Estar dizendo algo de intrigante;

Sempre - porque a memória conta hoje
Como o foco doce que embota as formas;
Ainda que seja errado negar as próprias convicções.

E Nunca - porque os sentidos são penas anti-horárias
Registrando os esquecimentos discretos
Em seus próprios alfabetos - circularmente.

sábado, 2 de maio de 2009

Véu

Tenho desusado meu rosto de bobeira; 

Pontualmente deslocado de todas obrigações

Puxo minha insuficiência pra trás da língua.


Me derivo por ser absurdo - donde

Infiro a substância do meu entendimento:

Sou como soo oco por aptidão e

Espraio a memória como se afasta a fumaça


Te proponho incógnita na tendência dos olhos

De cima, abaixo

Vertidos


Me exponho   



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Desfio Ariadne

I) Frustro-me por hábito, como quem respira:
Sublimo minha consciência por consideração.

II) Sou preguiçosamente oblíquo no meu próprio alfabeto
Inepto pra dizer que se ama;

III) Dedico-me à frivolidade do transe mudo
Pra guardar comigo tudo que não sei

IV) Condenso meu despropósito nos gestos que
Aspiram abstratamente minha imaginação,

V) Estou para ti como a miopia

Abra seus olhos

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Anelegia - ouisense

Sirvo-me a ti como a bandeja
Transidamente plana no espasmo da vista ela
Golpeia

À força de todas as induções sou óbvio:
Espumante - num estampido, da cobertura
À marquise de creme

Do que se leva na consciência desfolhada
Trago (deus) e a viscosidade do movimento
Rajado no coorte

Despe(r)diçado

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Principia(nte)

- Todos os processos são infinitos e infinitesimais

O processo transita mudo

Projetar é espelhar a perspectiva num espaço arbitrário

O projétil imagina os olhos

Magicamente capturo-me na expectativa - olho

Crio por despedir-me de mim - é o pedaço que fica

A conjunção enuncia a descontinuidade

O Universo é discretamente contínuo

O continuum das canções é precipitação

Existe uma profundidade latente na minha consciência: devo buscá-la ou morrer

quinta-feira, 26 de março de 2009

Deus! que melancolia no parnaso...
Olha lá o João mostrando os dentes:
quão desagradável és criatura -
quisera uma palavra na boca certa.


- em homenagem à nuvem cigana

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sob o oiti

(recitativo)

Jura-me que me tens na minha jura -
Da base ao topo - que me ajuste plano
Justo, e no aprumo todo se estrutura
Num rumo gajo em cada abuso lhano.
Gira-te que me fez na minha: gira
Dirimida na gíria porque gera (-me)
Geme, marijuana ou Mahavira
No teu Arjuna disjunto, quisera

(balada)

Imaginar só a gente, e imagina
Se hoje cantasse num repente cedo
E me sedasses só vestindo seda
Do lado avesso ao vestido; me anima 
Vexar-te sentido o tecido quedo
Deitado e seguindo cada vereda.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Há para além de mim: algo
E espelha-me, qual
chovesse.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meio azul

Diz-se do sentido das hosanas em linha reta - que
( assumam todas as direcções )

Mas a transfusão do significante quedou-se na sua margem
( num ponteio inverso )

E conjugou-se improviso o falsete dos uníssonos - !
( ainda que pisquem as paisagens no contraluz )

Há um jazz em todas as posições
( como a entonação suave das promessas )

E o fole aberto de uma canção ainda por nascer
( )

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Eu não te entendo em vice-versa

Há uma linguagem pessoal e intransferível
de si para si, cuja gramática se flexibiliza pela intuição.

Não é verbal ou simbólica - e mistura-se
pelo formato fluido que lhe confere a turvação do pensamento.

Não é necessariamente sinestésica mas toma o seu tom
Emprestado de todos os sentidos.

Nunca se perde porque seus conectivos
não se relacionam com o tempo ou com a memória;
Mas também nunca se detém num significado pontual.

A identidade é uma suposição de linguagem,
Ainda que desastradamente tolhida pela boca.