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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Espero coduzirem-me à antecâmara
Onde espero, como num hall vazio,
Pra esperar pontualmente em fastio
De esperar vagamente uma outra câmara.

Vivo, mas desvaneço pouco em pouco,
Translúcido e morto como a água fresca
Que se propaga insípida e grotesca
Sobre seu leito, em passo largo e louco.

Penso ininterruptamente, mas durmo
E sonho em companhia dela às vezes...
Agito do meu corpo o véu noturno

Quando acordo, sabendo que suspiras
Espero findarem dias e meses
Inócuos e vãos como as minhas liras.

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