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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ela finda as noites em soluços
Sobre a coluna fraca e espichada,
Entre as cobertas, na madrugada, e
De manhã põe-se a raspar os buços...

Quando a tarde chega cobre os sábios
Com um suspiro carmesim, louca
E ao crepúsculo oferece a boca
pra beijar o sepulcro dos lábios...

Anos lhe passam sem atenção,
Sentada no living, ela espera
Caírem-lhe brancas sobrancelhas;

O que a memória preserva em vão
Do trejeito vadio de fera,
E do encanto dos olhos em centelhas?...

7 comentários:

  1. Geniais os dois últimos sonetos.
    Pelo que entendi desse último, uma vida vivida em vão, num cotidiano angustiante... ou algo assim.
    O outro exigiu demais da minha capacidade interpretativa hahaha, mas não me impediu de achar o final lindo...
    Os outros poemas talvez me sejam modernistas demais, mas 'desencontro' também é ótimo.

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  2. Ah, e quanto ao romantismo...
    É uma droga. Viciante.
    Eu tento largar, me liberto dele, mas sempre acabo voltando...
    É o que faz o amor (ou a falta dele) hahaha.

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  3. tu és uma grande figura, João Manoel, é um prazer tê-lo entre nós.

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  4. adorei. lindo lindo lindo.
    encaixou muito em mim.. que isso.

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