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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

3/4 em dez compassos

A métrica é uma valsa em contratempos
E não é preciso dizer-se único ou pessoal
pra relativizar o que se diz.

A criação se transforma, mas não se esqueça de
Plagiar as vozes que sussurram-te, como o vento sobre as dunas,
Antes de se levantar.

A trindade é falsa - pense só no que lhe vai na superfície
E o ego é uma idéia imprecisa que existe pra te forçar a dizer,
trivialmente, o que lhe desagrada nos seus pais.

Não pense ainda, apenas sugira que se pensa,
Force os olhos nas laterais, e coce o seu queixo
porque nada é melhor do que a antecipação

As cinzas são muros vazados - de lá pra cá
Mas não se pode ver no escuro, sem imaginação,
E a cor não é absoluta;

No escuro, os seus olhos são escuros pra sempre
Ainda que você me diga que eu não deva te olhar
E ainda que nunca tenhas dito

Diga-me que me queres, porque paráfrase não é pecado.
Premedite as inspirações, e confunda seus exageros
Como as sintaxes líquidas na sua língua

Em movimento - ou jardins que oscilem estalos
E os colapsos imperceptíveis dos sorrisos
Lentamente, como as cidades que caem.

Eu ouço o canto morno da aurora sob a minha pele -
(Hoje)
Feche os olhos por mim... e prove a mudez dos meus lábios

Devagar.

5 comentários:

  1. sabe o que é melhor do que a antecipação?

    improviso.


    (principalmente se você for um menino de seis anos possuidor de uma incrível maturidade)

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  2. hauehuaehuhaahueh!! pois é samanta.. mas eu tenho q admitir q aquele momento foi o meu auge; se eu me perdesse hoje eu simplesmente berraria em pranto aos céus e seguiria correndo numa direção aleatória

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